
TERRENOS ABANDONADOS VIRAM ABRIGO PARA USUÁRIOS DE CRACK EM CAXIAS
O GLOBO ON LINE
18 de outubro de 2012
A persistência do consumo de crack nas regiões de Manguinhos e Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, apesar da recente ocupação policial para a instalação de UPPs, jogou luz sobre o poder viciante da droga. Mas o drama não é restrito àquelas comunidades. A apenas 14 km dali, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a outrora pacata e residencial Rua Conde de Porto Alegre, no bairro 25 de Agosto, também enfrenta o mesmo problema, com a invasão, por usuários da droga, de dois terrenos particulares abandonados, espalhando insegurança entre os moradores.
O uso irregular das áreas tem impacto na segurança pública. Com o aumento do número de assaltos, passageiros de ônibus têm evitado usar um ponto de ônibus próximo. A falta de uma iluminação pública adequada agrava ainda mais o quadro.
— O povo evita de passar por ali, tem medo. Desde que eles (os usuários de crack) apareceram, a rua fica vazia durante a noite. Não tínhamos este problema antes por aqui — diz o morador Ronaldo Cunha.
De acordo com a Polícia Militar, o bairro 25 de Agosto conta com policiamento motorizado regular, porém, diante da denúncia, equipes da corporação visitarão a área para obter mais informações. A partir do que for coletado, a PM irá planejar ações para reduzir a criminalidade na região. Em nota, o comando do 15º Batalhão (Duque de Caxias) disse ter esperança que as medidas gerem “resultados positivos no médio e curto prazos”.
A prefeitura de Duque de Caxias informou que irá notificar os proprietários dos terrenos para que realizem a limpeza e a manutenção das áreas, que possuem mato alto e se tornaram depósitos de entulho. Segundo a administração, caso não cumpram a determinação, os donos estão sujeitos a multa. Na persistência do problema, pode ocorrer a desapropriação das áreas.
Além disso, a prefeitura diz que aguarda ações da Polícia Militar para enviar ao local funcionários da Secretaria municipal de Assistência Social, que irão fazer o cadastramento e, possivelmente, o recolhimento dos usuários de droga e eventuais moradores de rua. Quanto à reclamação a respeito da precariedade da iluminação pública, a prefeitura disse que vai enviar equipes da Secretaria municipal de Conservação para vistoriar as lâmpadas queimadas, que deverão ser repostas imediatamente. |